As moedas oscilam todos os dias. Por isso, os investimentos atrelados ao câmbio são considerados arriscados.
Ao mesmo tempo, essa flutuação interfere em vários fatores, como a importação e exportação.
Dentro desse contexto, é fundamental entender como funciona a cotação do dólar.
Afinal, a moeda americana é a base para a maioria das operações financeiras realizadas no mundo.
Além disso, ela tem histórico de alta em relação ao real. Isso significa que é possível usar o câmbio a seu favor, se você entendê-lo para criar uma estratégia correta.
Por isso, neste post vamos explicar como funciona a cotação do dólar e quais variáveis interferem na flutuação da moeda.
Acompanhe!
Quais são os tipos de cotação?
O dólar é a moeda americana. Ela é usada como referência para a maioria das operações financeiras internacionais, uma vez que os Estados Unidos são a maior economia mundial.
Portanto, a flutuação do câmbio nesse país interfere nos resultados dos outros.
No entanto, existem diferentes tipos de cotação. As oficiais no Brasil são o câmbio comercial e o turismo.
Ainda existe uma terceira opção. Entenda!
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Dólar comercial
O dólar comercial é a referência usada nas transações entre empresas, pelos governos e na bolsa de valores.
Por isso, ele é a base divulgada em sites de economia e jornais.
Por suas características, o dólar comercial tem relação com as negociações que levam ao crescimento dos países.
Ele não agrega margem de lucro. Portanto, tem valor menor.
A definição do câmbio comercial é feita de acordo com a oferta e demanda. Essa é a regra no Brasil.
Ainda assim, existem casos em que o Banco Central interfere no valor definido pelo mercado.
Nesses casos, o objetivo é evitar uma valorização ou desvalorização acentuada.
Dólar turismo
Por outro lado, o dólar turismo é a cotação que vale para viagens ao exterior e compras no cartão de crédito.
Ele inclui a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Portanto, sempre tem um valor maior do que o câmbio comercial.
Isso acontece, porque sua negociação não é feita de forma jurídica. É válida somente para pessoas físicas.
Portanto, seu valor ainda agrega custos de transporte, carro forte, seguro e outros.
A cotação das casas de câmbio é a do dólar turismo.
Nesse caso — e também em muitas plataformas de transferências internacionais —, surge a aplicação na margem de lucro sobre a cotação.
Dólar paralelo
Para entender como funciona a cotação do dólar, também é preciso saber da existência do câmbio paralelo.
Como o nome indica, essa modalidade não é oficial e é comercializada por entidades, ou pessoas sem autorização de negociar a moeda.
É importante citar que guardar dólar em casa não é considerado crime. Basta declarar o dinheiro para a Receita Federal.
Portanto, não faz parte do câmbio paralelo. Por outro lado, nunca se deve participar dessa negociação ilícita, pois é proibido pelo Brasil.
Como funciona a cotação do dólar?
Para saber como funciona a cotação do dólar, é necessário entender o conceito de câmbio fixo e flutuante.
Esses são os dois modelos principais para definir a taxa da moeda americana.
O primeiro é definido pelo governo. Assim, o Banco Central faz operações para manter a moeda no patamar estabelecido.
Por sua vez, o câmbio flutuante é determinado pela oferta e a demanda do mercado.
Basicamente, os agentes financeiros compram e vendem dólares, o que leva à regulação da moeda.
Desde 1999, o valor do dólar no Brasil é definido pela lei da oferta e demanda, como já indicado.
Assim, quando ocorre o excesso da moeda americana no mercado brasileiro, o valor dela diminui, por isso, o real é valorizado.
No entanto, o câmbio flutuante no País é denominado “sujo”, porque o mercado tem menos autonomia para determinar o preço do dólar.
O que faz a cotação do dólar subir ou descer?
Em 2020, a cotação do dólar está alta e chegou perto de R$ 6. Mais precisamente, alcançou R$ 5,97 no dia 14 de maio.
Por outro lado, quando o real foi implementado, a moeda brasileira se equiparou à americana.
Por que essas oscilações acontecem? Essa situação é gerada por uma série de fatores.
Veja alguns deles.
Taxa Selic
A taxa básica de juros da economia estimula ou desincentiva os investidores, a aplicarem seu capital no Brasil.
Em 2020, a Selic está no seu patamar mais baixo da história — 2,25%, definido em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrida em junho.
Como esse indicador determina a remuneração base do mercado, isso significa que o país se tornou menos atrativo.
Com isso, as aplicações financeiras atreladas ao dólar são mais interessantes e a moeda americana valoriza.
Procura excessiva
A busca desenfreada pelo dólar como forma de proteger o capital (hedge) é outro fator que leva ao aumento da moeda americana.
O aumento da procura faz a taxa de câmbio crescer, o que pressiona o preço para cima.
Nesses casos, o Banco Central pode vender dólares para fazer o valor diminuir.
Da mesma forma, se entrar muita moeda americana no Brasil, uma parte pode ser comprada para evitar a queda excessiva.
Política
A situação política também impacta a oscilação do dólar. Se o contexto interno estiver ruim, o chamado risco país aumenta.
Com isso, os investidores ficam receosos e deixam de aplicar seu capital. Como consequência, tem menos dólar no mercado e a cotação aumenta.
Crise sanitária
Apesar de ser uma situação diferente, a pandemia gerada pelo novo coronavírus mostrou que uma crise sanitária também precisa ser considerada, ao entender como funciona a cotação do dólar.
Com os impactos negativos na economia, os investidores também receiam perder mais dinheiro e o dólar valoriza.
Esse foi, aliás, um dos fatores que fez o câmbio aumentar em 2020.
De qualquer forma, todas as transações feitas em dólar exigem uma plataforma de transferências internacionais.